Desenho Infantil
O desenho infantil pode ser interpretado de diversas maneiras. Ele representa o gesto externo de se comunicar com o mundo; o gesto interno dos processos fisiológicos de amadurecimento do corpo físico e da coordenação motora; uma assinatura enquanto ser humano; o estado emocional no qual a criança se encontra entre outras coisas.
Toda criança desde o momento que pega um lápis imita o gesto de escrever garatujas. Essas garatujas são movimentos circulares ou pendulares que na fisiologia humana retrata os processos internos de circulação e respiração respectivamente. Em todo o mundo as crianças executam garatujas.
A primeira forma que a criança desenha após as garatujas é o círculo. Este círculo é fechado bem no momento em que a criança fala a palavrinha Eu, se referindo a si mesma; e, também “coincide” com a consolidação da última sutura dos ossos do crânio. É a fase da birra e da teimosia, pois agora a criança já se percebe como um ser separado da mãe e, portanto cheia de “quereres”.
Na medida em que a coordenação motora vai amadurecendo e a criança vai coordenando mais seu corpo no espaço ela desenha a forma do quadrado. Nesta fase a noção do tronco está mais clara para a criança. Ela desenha além do quadrado, escadas, torres e “casas”.
Quando seu sentido de esquema corporal (sentido do movimento ou propriocepção) está mais desenvolvido a criança passa a desenhar a forma triangular chegando a fazer o teto da casinha. Somente nesta fase é que ela percebe internamente seus pés representados no desenho da casa pelo chão.
Pedagogicamente os desenhos infantis devem ser livres, ou seja, sem cadernos de colorir e sem propostas do professor uma vez que os desenhos infantis são expressões de vivências internas e externas. Isso se justifica pelo fato de todas as crianças, independente da parte do mundo onde vivem, desenharem o mesmo tipo de casinha.
Pilar Tetilla Manzano Borba - Terapeuta Ocupacional e Pós-graduada em Antroposofia na Saúde.